sábado, 1 de novembro de 2008

Dia de finados

Daqui a cerca de 15 minutos, acaba o Dia de Todos os Santos e começa o Dia dos Finados. Finar, morrer, falecer, definhar... devia ser um dia triste. Mas não vai ser, provavelmente, para quase ninguém. A minha avó morreu há uns anos. Foi o dia mais triste da minha vida. Chorei que nem uma criança pequena (e olhem que eu conheço muitas crianças pequena; e também algumas grandes, mas não é de nada disso que estamos a falar agora...) e pensei que nunca mais me ia recompôr como pessoa feliz que era até àquele dia. Mas enganei-me. Ensinam-nos a lidar com a morte com a naturalidade que ela acarreta; assustam-nos com ela, diariamente, em telejornais, histórias quase verídicas, filmes de terror (que no meu caso acabam em pesadelos assustadores como o raio que os partam e noites inteiras em claro com medo da menina do poço...); e quando, por fim, ela chega, parece que é a primeira vez que ouvimos falar nisso. Como se nem sequer houvesse um dia por ano dedicado exclusivamente aos mortos (o que, a meu ver, é uma brilhante ideia, francamente... É isso e o dia da Mulher, do Pai, da Mãe e por aí fora; ainda bem que as mulheres são mulheres no dia 8 de Março e se apela à sua emancipação oferecendo-lhes símbolos da mesma, como flores cor-de-rosinha!; ainda bem que uma vez por ano há bestas que só sabem enfardar nos putos e outras que assistem impávidas e serenas que recebem prendas pelo seu papel, tão importante!; e, sobretudo, ainda bem que os mortos sabem que estão mortos no dia 2 de Novembro).
Amanhã, ou por outra, daqui a 7 minutos, não vou chorar mais pela minha avó do que no dia em que ela morreu (ou finou, se preferirem); aliás, se não estivesse a falar dela aqui, e se a minha profissão não exigisse que soubesse o calendário quase de cor, não me lembraria sequer dela (ou da sua morte) mais do que nos outros dias.
Pelo contrário, amanhã chega o Piloto. Logo de manhã, com um sorriso e um beijo, como de costume. E, no dia de finados, não estranhem ver-me na rua, mais feliz do que nunca!

terça-feira, 15 de abril de 2008

É verdade

Por várias vezes me pareceu ouvir-te rir. Aquela gargalhada. Olhei, para ver se lá estavas, mas não te vi.