sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Ponderações e actualizações

Cheguei à conclusão de que tenho que escrever mais antes de atingir o nível de sensibilidade em que estava quando apaguei o blog. Só assim irei descobrir se é possível voltar a viver através das palavras ou se estou irremediavelmente agarrada à vertente realista da minha vida. O ideal seria conseguir conciliar ambas, sendo eu a imaginária princesa de contos de fadas que aqui tantas vezes descrevia, eternamente melancólica e insegura, sendo, ao mesmo tempo, a menina-mulher em que me tornei e que tem vindo a crescer ao longo dos anos. Se tal não vier a acontecer, devo dizer-vos, caros leitores, que lamento, tanto ou mais do que vós. E por nós farei tal esforço.
Terminei a faculdade este ano. E ironicamente, foi quando a iniciei que senti necessidade de expor partes da minha vida neste blog confuso... Será o meu organismo a avisar-me que uma nova fase se inicia através da recaída? O meu corpo e mente pedem escrita... Anyway, mandei 6 currículos através de e-mail sem grande fé nem grande vontade que me respondessem. Como sempre, a minha estrelinha da sorte esteve presente no único dia em que decidi fazer alguma coisa pela vida, verdadeiramente. Fui-me inscrever no centro de emprego, onde surgiu logo a proposta de fazer um estágio profissional a ganhar melhor do que em algumas redes privadas a que já tinha tido acesso. Decidi passar pelo sítio, embora fosse suposto telefonar antes e foi-me concedida uma entrevista imediata. Assim, estou neste momento à espera de uma resposta concreta e real a um emprego estável dentro da minha área. Ainda não percebi se estou realizada ou assustada. Ou, na pior das hipóteses, se irei ficar decepcionada...
Tenho 23 anos, uma licenciatura nas mãos, alguma experiência em relações amorosas e ainda não sei como se vive. Mas estou a aprender. E cada vez aceito melhor que me ensinem...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Regresso

Segui o teu conselho e decidi voltar a escrever.
A bem dizer, não foi bem um conselho, porque tu não queres, de maneira nenhuma, dar-mos. Eventualmente, serei eu que provoco essa tua reacção, de não te quereres intrometer na minha vida agora, que já estás mais que intro, extro e de qualquer outra forma, metido. Eventualmente, cansaste-te de ouvir a minha apregoada e badalada independência relativamente às minhas acções, mesmo quando ela era inexistente. Eventualmente, não queres que te culpe também deste erro. Ou, eventualmente, estás-te, pura e simplesmente borrifando para mais este filme...
Seja como fôr, decidi voltar a escrever. Julgo ter percebido na mensagem codificada que - lá está - não sei se chegaste a mandar, que te parece ser este o caminho da Luz sobre a minha pessoa - à procura de quem ando há já algum tempo... Acho que discordo disso, ou estaria a pôr em causa o título deste blog, que gosto de utilizar para me definir. Sendo que não gosto de me considerar hipócrita (gosto pouco que me considerem e ainda menos de dar motivos para me considerarem...), tenho que me aceitar como um ser em constante mutação, ou não seria eu Um Resto de Mim (e Bocados dos Outros...). Assim sendo, concordarei, resignada, que um Resto de Mim adora expor-se através da escrita e dar conhecimento mundial dessa exposição, abrindo caminho a um debate sobre o meu tema preferido: o meu umbigo; já Os outros me deixaram bons bocados de si, que influenciaram, mais até do que os Bocados de Mim, a minha constante metamorfose.
Assim, caríssima Alma Perdida, termino este texto como comecei este blog, como o acabei, e como o recomeço: sem fazer a mais pálida ideia de quem sou e de quem serei no futuro; mas com a certeza absoluta do que tenho sido até aqui (para os meus bocados e para os restantes outros...).